Por Rita de Cássia M. Lacerda
As varizes nas pernas afetam grande parte dos indivíduos no mundo inteiro. Elas são uma etapa de uma doença complexa chamada Insuficiência Venosa Crônica (IVC). Sabe-se que 20 a 33% das mulheres e 10 a 20% dos homens vão apresentar algum grau da doença ao longo da vida. E por ser uma doença evolutiva, até 11% das pessoas com varizes podem apresentar alterações irreversíveis, como descamação, ressecamento e escurecimento da pele, piora dos sintomas mais comuns – dor, inchaço e queimação – e ocorrência de feridas que podem demorar anos para cicatrizar.
Os fatores de risco mais comuns para o desenvolvimento e piora da IVC são:
Tendência familiar: o risco é 70% maior quando há histórico em parentes próximos.
Idade: ainda que as varizes apareçam precocemente, a maior incidência ocorre em idades avançadas.
Gênero: mulheres têm chance maior de ter a doença, pois estão expostas a outros fatores de risco, como múltiplas gestações e o uso de anticoncepcionais. As gestações levam a alterações hormonais, que afetam o retorno do sangue nas pernas, aumentando a ocorrência de varizes. E os anticoncepcionais provocam o enfraquecimento das paredes dos vasos sanguíneos, causando dilatação venosa.
Obesidade: o excesso de peso sobrecarrega o sistema venoso, facilitando a dilatação das veias.
Sedentarismo: o movimento muscular da panturrilha (batata da perna) auxilia na circulação sanguínea das pernas. A falta de exercícios piora a circulação e aumenta a chance de doenças venosas.
Tabagismo: causa maiores complicações sobre o sistema circulatório venoso.
Longas jornadas em pé: dificultam o retorno sanguíneo e dilatam as veias.
Sapatos de salto alto: o uso frequente diminui a mobilidade da musculatura da panturrilha, interferindo na circulação venosa das pernas, sendo sugerido saltos mais baixos no dia a dia.
Histórico de trombose venosa: a obstrução do fluxo sanguíneo venoso promove a dilatação das veias e o surgimento de varizes.
O diagnóstico da doença é feito por exame clínico durante consulta médica. O exame complementar mais usado é o ultrassom com Doppler do sistema venoso dos membros inferiores, pois fornece dados importantes ao tratamento, como o calibre das veias, o fluxo e refluxo do sangue, a presença de trombose (recente ou antiga).
Exercícios diários da musculatura das panturrilhas e períodos de repouso com elevação dos membros inferiores, além do uso de meias elásticas e ou medicamentos flebotônicos, ajudam a aliviar os sintomas, enquanto se aguarda um tratamento definitivo.
A escolha do tratamento depende do tipo de veia afetada, da localização e da extensão do problema, da condição clínica do doente, bem como da expectativa em relação a cada tratamento. Atualmente, as modalidades de tratamento são combinadas, visando a obtenção de melhores resultados. São elas:
Cirurgia convencional: as veias doentes são retiradas por meio de pequenas incisões na pele;
Termoablação ou tratamento endovascular: uma fibra de endolaser é introduzida na veia varicosa, sendo disparada quantidade de energia suficiente para a oclusão da veia;
Escleroterapia ou ablação química: consiste na injeção de substância líquida ou espumosa no vaso doente, para que seja ocluído e não promova dilatações em outras veias.
Cada método tem suas vantagens, limitações e resultados diferentes. Portanto, as modalidades de tratamento devem ser escolhidas segundo as necessidades de cada caso. O cirurgião vascular é o único especialista que domina estas técnicas e pode indicar o melhor tratamento.
Se você tem varizes ou algum grau de Doença Venosa Crônica, procure um especialista para orientação terapêutica e ou prevenção do agravamento do quadro.
Palavras-chave: varizes insuficiência venosa crônica dor obesidade sedentarismo tabagismo trombose venosa veias
Fonte:
https://sbacvsp.com.br/insuficiencia-venosa-cronica-varizes-dos-membros-inferiores
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