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O risco de trombose venosa em viagens aéreas longas

Por Rita de Cássia Martins Lacerda



As viagens aéreas longas estão associadas a uma probabilidade três vezes maior de tromboembolismo venoso (TEV). Esta patologia pode resultar em significativa morbidade (propensão à doença) e mortalidade (número de mortes ocasionadas pela doença).


Em cerca de 90% dos casos, a trombose venosa profunda (coágulo nas veias) ocorre nos membros inferiores, devido a fatores como baixo fluxo sanguíneo, maior quantidade de sangue contido no sistema venoso dos membros inferiores e influência da gravidade. A trombose iniciada em uma das veias das pernas pode levar à formação de grandes coágulos, que, se migrarem para os pulmões, causam a embolia pulmonar, doença com desdobramentos fatais.


A perna com trombose venosa profunda habitualmente apresenta edema (inchaço), dor, calor e vermelhidão. Já os coágulos, que migram para os pulmões, geralmente causam falta de ar, dor no peito ao respirar, tosse seca ou com escarro (secreção pulmonar) e sangue e palpitações (aceleração dos batimentos cardíacos).


Riscos em viagens aéreas longas

Algumas pessoas têm trombose, porque ficam por um período muito longo assentadas. Viagens de avião, que duram mais de quatro horas, aumentam o risco de a doença ocorrer. Por isso, é importante passar por uma avaliação prévia junto ao médico assistente, em caso de alguns fatores de risco: obesidade, sedentarismo, tabagismo, uso de anticoncepcionais, idade maior que 40 anos, doença crônica, cirurgia recente, trauma, gestação, história pessoal ou familiar de trombose, para orientação preventiva sobre o uso de meia elástica ou medicação anticoagulante.


Para prevenir a trombose venosa em viagens aéreas é importante adotar as seguintes precauções:

  • Fazer pequenas caminhadas a cada hora;

  • Flexionar e estender os pés e dobrar os joelhos a cada hora, quando estiver assentado;

  • Utilizar roupas confortáveis e largas;

  • Manter-se hidratado, sendo a água o líquido ideal;

  • Evitar o consumo de cigarros e bebidas alcoólicas;

  • Evitar o uso de tranquilizantes e medicamentos para dormir, pois eles podem impedir que a pessoa se levante e ande durante a viagem; 

  • Priorizar poltronas no corredor, visando facilitar a locomoção durante o voo;

  • Usar meias de compressão elástica, se prescritas pelo médico assistente, no caso de portadores de doença venosa crônica ou de varizes.


O TEV é tratado com medicamentos anticoagulantes, impedindo que o coágulo cresça e migre para os pulmões. O tempo de tratamento varia entre 3 e 6 meses, mas há casos em que o uso de anticoagulante deve ser por toda a vida, se o risco de recorrência de trombose for muito elevado.


Em caso de ocorrerem sintomas, é importante procurar um serviço de urgência e emergência hospitalar, onde serão realizados testes para detectar ou afastar a trombose venosa e a embolia pulmonar. O médico assistente tem um papel fundamental no aconselhamento e prevenção deste problema de saúde. Fique atento!



Palavras-chave: trombose venosa profunda Tromboembolismo coágulo veias membros inferiores sistema venoso pulmões embolia pulmonar dor inchaço tosse falta de ar

 

Fonte:

http://www.scielo.mec.pt/pdf/rpmgf/v31n5/v31n5a05.pdf

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